21 de jun. de 2009

Cuba, como é possível?



Sempre mantive curiosidades por Cuba, e há muito tempo procurei saber sobre; se abstendo do que a imprensa televisa/escrita interesseira diz, me informei por vários meios independentes, quais? A ONU, por exemplo, é uma delas. E escrevo: Num país que é composto por ilhas e ilhotas, e obviamente por isso, há grandes dificuldades em obter recursos naturais, e gerar divisas, o meio de subsistência é o intercâmbio, a troca com outros países. Porém, o EUA movido por grandes ideais em prol da democracia, impôs um embargo que há décadas anula, absurdamente, a possibilidade de qualquer tipo de negociata, fragilizando o país para obtenção de recursos e a manutenção de sua população. Então como é possível? Tal país, considerando situação exposta em tela, alcançar índices sociais inalcançados por países abastados por riquezas naturais, e que mantêm constante comércio com outros. Li um escrito que tentava desvendar tal incógnita e dizia que o IDH de Cuba é elevado em função da renda percapita que é baixíssima (de fato é) e a ONU equipara essa renda baixa com renda de países de primeiro mundo. Vejamos: salário de um médico cubano +/- US$ 240,00 por ano! Ora, nações com índices um pouco melhor que o país caribenho, tem renda percapita de US$ 6.000,00 diferença gritante, porém, com um pouco de boa vontade e pesquisa se chega a conclusão de que a renda no IDH é levado em conta o custo de vida, e em Cuba o custo de vida é bem mais baixo que na Argentina (país equiparado a Cuba no ranking) logo, quem está em Cuba, necessita de salários bem mais baixos para viver, até porque o governo, mantêm serviços essenciais gratuitamente. Simples assim, Lógica Aristotélica.
Algo ventilado também é a questão de cubanos fugirem a nado para os EUA arriscando a vida no mar. Ora, historicamente, cubanos migram para lá em busca de trabalho, isso acontece desde meados do século XIX. E, lembram? Cuba é uma ilhota, sem recursos, com embargos há décadas. E um fato que vem ao encontro de tal justificação desses acontecimentos de migração, também, é que é de conhecimento de todos que ha grande dificuldade para qualquer estrangeiro entrar nos EUA por vários aspectos, porém, com Cuba a política é diferente, pois, o governo americano gratifica cubanos que chegar aos EUA (mesmo ilegalmente) com benefícios de moradia, trabalho, coisas que nem os próprios americanos obtêm do governo, simplesmente pra acabar com a governo cubano. Parece surreal, não é? Mas é fato, há uma lei americana que sustenta tal fato. Imaginemos agora, Cuba um país embargado com poucos recursos por ser uma ilha; e os EUA oferecendo benefícios que não são oferecidas pra pessoa nenhuma, a não ser os cubanos, é evidente que muitos movidos pela ganância fogem para lá. Ganância? Sim, pois a ONU classifica Cuba como um país que atende a população em questões como: educação, saúde, longevidade; melhor que em muitos outros países. Então, pelas necessidades básicas atendidas pelo governo cubano (conforme ONU) a justificativa pra migração, desde século passado, é a ganância motivada pelos EUA.
Nesse artigo, não é posto em xeque a questão do regime cubano, de Fidel Castro, ou de Che Guevara, em outro texto, talvez. Mas o que é colocado em discussão é: Como pode Cuba com tantas restrições e limitações superar o Brasil em IDH? Sei que alguém levantará a voz e repetirá os jargões globais: temos liberdade de ir e vir e dizermos o que quisermos. Mas, será que isso é real? Será que temos liberdade? No Brasil, se desviarmos os olhos das fontes de informações padrão teremos vários exemplos fatídicos que houve escritos que não puderam ser publicados e liberdades restringidas, não citarei para não delongar.
Mas como sou apenas um universitário, dessa vez não vou expor fatos, como de costume, mas vou utilizar alguém de peso: Se realmente tivéssemos a tal liberdade alegada, os contratualistas, como Rousseau, Hobbes, Locke, entre outros, teriam errado feio ao convencionar que ao nascermos em sociedade entregamos parte de nossa liberdade para o Estado em troca da segurança, ou seja, viver em sociedade é sinônimo de não ter liberdade total, apenas parcial. Pare, pense, analise, e perceberás que realmente, há um contrato social tácito entre nós e a sociedade. Ao encontro ainda, almejar a liberdade é querer voltar ao Estado de natureza, algo inconcebível.
Então alegar que em Cuba não se tem liberdade, é óbvio, assim como em nenhum lugar. O que há, são relampejos de liberdades concedido pelo Estado na medida de sua conveniência e oportunidade.

Quando temos a experiência com a alteridade. Sentimos o quão necessário é para o próximo à prestação dos serviços essenciais pelo Estado, e, se esse próximo por qual enxergamos, não tiver capacidade econômica para pagar um serviço privado, se torna evidente o quanto somos tolhidos de nossa liberdade até mesmo para acessar no que é primordial para a dignidade da pessoa humana.
Analisando friamente, me parece o que temos de melhor do que Cuba é que podemos usar celular e termos carros novos, bom, não é? (…) Eles? Eles tem sistema de saúde comparado com países de primeiro mundo, taxa de analfabetismo nula, mortalidade infantil baixíssima e desemprego, não há. Mas, pensando bem - ironia - o alto índice de mortalidade infantil brasileira não atingiu minha família, não estou desempregado e nem doente, então, do que nos interessa o Brasil não ter excelência nesses índices, não é?
Há ainda quem diga, que muitos não tem nem mesmo o que comer em Cuba. É evidente que pelos fatos expostos de limitações, as condições de lá não são das mais confortáveis. Entretanto, condições básicas de vida, aquelas que o Estado deverá proporcionar, inclusive o brasileiro, como: saúde, educação, moradia, emprego, alimentação, essas são bem prestadas pelo Estado cubano. Se pensas o contrário, está contrariando a Organização das Nações Unidas 1945. E me parece que a ONU é um órgão merecedor de credibilidade, bem mais que, a TV GLOBAlizada que assistimos, os jornais em FOLHA de SÃO PAULO que lêmos e a revista que VEJAmos, e ISTO É, fato.


Em apêndice: algo de um filósofo/professor meu, que ensina não apenas para o labor, mas, para a vida.



DIREITO DE AGIR “Vá! Ofereça sua (censurado) para limpar um chão qualquer e garanta tomates e repolhos podres no seu jantar. Vá! Torça suas mãos ou queime seus olhos em fornos de ferro e garanta alguma sobra de orgulho para arrebentar um de seus filhos. Vá! Triture seu corpo com o calor do piche e zele por sua cor que o mantém a margem. Vá! Ajoelhe perante patrões e suplique por seus dois dentes, porque, ainda que doente, tem o direito de agir”.Louis L. Kodo


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